Dia Nacional de Combate à Cefaleia

O Dia Nacional de Combate à Cefaleia é comemorado em 19 de maio, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE). A data tem por objetivo chamar a atenção dos brasileiros com relação às dores de cabeça e seus diferentes tipos.

A cefaleia é diagnosticada quando o paciente apresenta três ou mais ocorrências de dores na região da cabeça em um mês, por mais de três meses. Segundo a SBCe, a enxaqueca, que é um tipo de cefaleia, afeta pelo menos 15% da população mundial em algum momento da vida, sendo que 2% sofrem com enxaqueca crônica.

Por ser uma doença incapacitante, ela afeta diretamente a rotina e qualidade de vida do indivíduo. Aqui no Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com a enfermidade.

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Imagem: Free Piks

O que é cefaleia?

São termos médicos para a dor na região da face, cabeça e pescoço, que pode ocorrer como enxaqueca, cefaleia tensional ou cefaleia em salvas.

As dores de cabeça ocorrem como resultado de muitas condições. Existem vários sistemas de classificação diferentes para elas. A mais reconhecida é a da International Headache Society, que a classifica em mais de 150 tipos de cefaleias primárias e secundárias. 

As causas das dores de cabeça podem incluir desidratação, fadiga, privação de sono, estresse, uso excessivo de medicamentos e drogas recreativas, incluindo a abstinência, infecções virais, barulhos altos, ferimento na cabeça, ingestão rápida de comida ou bebida muito fria e problemas dentários ou sinusais (como sinusite).

O tratamento de uma dor de cabeça depende da causa subjacente, mas em último caso envolve medicação para a dor (especialmente em caso de enxaqueca ou cefaleia em salvas). 

Trata-se de um dos desconfortos físicos mais comumente experimentados e também relatados na Medicina.

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Imagem: Free Piks

O que causa a cefaleia?

Na grande maioria dos casos, as dores começam devido ao estresse, à má alimentação e ao jejum prolongado. De toda forma, a orientação para qualquer tipo de dor de cabeça é a mesma: procurar ajuda médica e nunca se automedicar. Assim, o profissional poderá investigar a causa e realizar o tratamento mais recomendável.

A prevenção da cefaleia é possível com mudanças de hábitos do paciente, melhora da dieta alimentar, técnicas de relaxamento (como a meditação), além de psicoterapia e fisioterapia.

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Imagem: Free Piks

De forma prática, as atividades físicas, a redução do estresse e dormir oito horas por dia auxilia na redução da enxaqueca. A prescrição de medicamentos é quase sempre a última opção indicada.

Tipos mais comuns de cefaleia

A comunidade médica já catalogou mais de 200 tipos de dores de cabeça – das mais inofensivas a algumas, muito raras, que são fatais.

Por isso, compreender de forma profunda a cefaleia por meio de exames neurológicos determina quais serão os melhores tratamentos indicados.

Em geral, elas são classificadas como “primárias” ou “secundárias”. Cerca de noventa por cento de todos os casos se encaixam na primeira opção.

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Foto: Reprodução / Dorflex

Enxaqueca

A enxaqueca é uma cefaleia primária que causa dor moderada a grave. Geralmente afeta apenas um dos lados da cabeça, tem natureza pulsante e dura entre 2 a 72 horas.

Seus principais sintomas incluem sensibilidade à luz, ao som e ao odor. Nos casos mais graves, podem ocorrer náuseas ou vômitos.

É uma condição muito comum, cuja origem é uma combinação de fatores genéticos e ambientais, afetando até 16% por cento da população geral, e a incidência é maior entre as mulheres.

A frequência das crises é muito variável, sendo a mais comum entre um e quatro episódios por mês, caso não seja realizado nenhum tratamento.

Cefaleia tensional

Na cefaleia tensional, as dores são leves a moderadas, que não chegam a impedir as atividades do dia a dia do indivíduo. Também conhecida como “dor de cabeça por estresse” ou dor de cabeça do tipo tensional (TTC), é o tipo mais comum de dor de cabeça.

A dor pode se espalhar da parte inferior da cabeça, pescoço, olhos e outros grupos musculares do corpo, geralmente afetando ambos os lados da cabeça. É responsável por cerca de 90% de todas as dores decorrentes de cefaleia.

Medicamentos para a dor, como aspirina e ibuprofeno são eficazes no tratamento dessa condição.

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Imagem: Free Piks

Cefaleia em salvas

É a mais intensa e dolorosa das dores de cabeça. Manifesta-se nas áreas das têmporas e dos olhos, que é estritamente unilateral e ocorre mais de uma vez ao dia (daí o termo “salvas”), por 3 a 10 semanas.

Por vezes, ocorre com frequência nas primeiras horas de sono. Suas causas ainda são desconhecidas para a ciência. Alguns estudos relacionam nosso relógio biológico aos padrões das crises, que duram de 15 a 180 minutos.

Isso porque nos seres humanos, o relógio biológico está situado no hipotálamo, que regula os processos metabólicos e outras atividades autônomas. Quando há uma cefaleia em salvas, o hipotálamo libera substâncias químicas que podem estimular as células nervosas do cérebro, gerando dores e outros sintomas.

Nesse tipo de dor de cabeça, há fatores genéticos, uma vez que é mais comum entre familiares.

Certos fatores, como consumo de álcool ou sono irregular, também podem promover convulsões. O verapamil é o principal fármaco utilizado para prevenir recorrências.

Cefaleia crônica

As cefaleias crônicas diárias (ou CCD) são inicialmente cefaleias episódicas (cefaleias tensionais ou enxaquecas) que na maioria das vezes evoluíram no contexto do abuso de analgésicos.

O diagnóstico é feito quando se constata que o paciente sofre pelo menos 4 horas por dia, mais de 15 dias por mês por pelo menos 3 meses. 

A maioria dos pacientes se queixa de dores de cabeça quase diariamente, na maioria das vezes evoluindo por vários anos (em média 6 anos). 

A CCD é um grande problema de saúde pública, pois estima-se que 3 a 5% da população geral já tenha ou possa vir a desenvolver o distúrbio. Na consulta especializada, 30 a 40% dos pacientes reclamam de cefaleia crônica diária.

Dois fatores principais estão na origem da transformação de dores de cabeça episódicas em dores de cabeça crônicas diárias, sendo elas o uso abusivo de tratamentos analgésicos ou um fator psicopatológico, em particular um evento de vida com forte componente emocional ou uma comorbidade psiquiátrica.

Sintomas de Cefaleia

A grande maioria das dores de cabeça começam com uma sensação de peso ou aperto na região da testa e dos olhos. Logo evoluem em intensidade, gerando desconfortos e sensibilidade à luz, ao odor e ao barulho.

Em casos mais graves, podem ocorrer sintomas como náuseas, vômitos e distúrbios de visão, quando o paciente enxerga pontos pretos, chamadas auras.

Vale lembrar que há diversos fatores de risco para o desenvolvimento da cefaleia, como o estresse do dia a dia, jejum prolongado, noites de sono mal dormidas, tabagismo, problemas oftalmológicos, abuso de alimentos como café e chocolate, excesso de ingestão de bebidas alcoólicas e abuso de analgésicos.

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Imagem: Free Piks

Tratamento para cefaleia

O caminho mais fácil e indolor para evitar a dor de cabeça e suas crises é a prevenção, que começa com uma rotina saudável, dieta equilibrada, sono regular e controle dos níveis de estresse, especialmente no trabalho.

Quando a cefaleia ataca, recomenda-se o uso das terapias farmacológicas, como os analgésicos ou anticonvulsivantes, sempre com indicação médica.

Nas mulheres, a enxaqueca é 3 vezes mais comum do que nos homens, em grande parte devido às oscilações hormonais do ciclo menstrual.

Já nos homens, são mais comuns as cefaleias em salvas, mais intensas e esporádicas que ocorrem em apenas uma parte da cabeça.

O uso de analgésicos são eficazes nas crises esporádicas. No entanto, nos quadros crônicos, medicamentos antidepressivos têm-se mostrado mais eficientes.

Sempre é bom frisar que o abuso de medicamentos, principalmente sem prescrição, pode provocar o efeito rebote, quando as pessoas desenvolvem uma dor de cabeça crônica após tomar comprimidos em excesso.

Infelizmente, há casos em que a cefaleia não tem cura. A boa notícia é que a Medicina avança a passos largos e os tratamentos têm evoluído bastante.

Medicamentos mais modernos reduzem o números de crises de enxaqueca, enquanto outros amenizam a intensidade das dores. De toda forma, é fundamental ter disciplina para mudar os hábitos que desencadeiam o problema.

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