Hepatite viral tem cura? Conheça os tratamentos disponíveis

A hepatite viral é considerada um tipo de infecção. O problema tem cura e, dependendo do tipo, o tratamento alcança os 95% de eficácia – desde que haja um bom prognóstico da doença.

A seguir, vamos tirar as principais dúvidas dos usuários quanto aos tipos de hepatites virais, tratamento e prevenção.

Mas, primeiro: o que é hepatite viral?

De modo simples, a hepatite é uma infecção que afeta o fígado, causada por vírus. Os mais comuns são os causadores da hepatite A, B, C, D e E. Eles podem ser transmitidos de diversas maneiras, sobretudo em transfusões e contato com sangue contaminado e relações sexuais desprotegidas.

No Brasil, os tipos mais comuns da doença são causadas pelos vírus A, B e C. Mas, também há casos de hepatite D (que é mais comum no Norte brasileiro). Já a hepatite E é menos comum por aqui.

Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pela Fiocruz em 2022, o país teve mais de 710 mil casos virais, de 2000 a 2021.

O grande problema é que esta é uma doença silenciosa. Por isso, se não tratada, pode causar complicações, como cirrose, câncer e, nos casos mais graves, levar o paciente a óbito.

Mas, todas podem ser evitadas!

Qual hepatite viral tem cura?

As hepatites A, C e E têm cura. Detalhamos para você abaixo:

  • A: em geral, o problema é curado de forma espontânea. Não há tratamento específico para a doença, tendo em vista a capacidade de cura natural do organismo;
  • B: segundo o Ministério da Saúde, a hepatite B não tem cura. No entanto, há possibilidade de redução da progressão da doença, que pode causar complicações ao organismo;
  • C: esse tipo de hepatite pode ser tratado com medicamentos antivirais de ação direta (DAA), com taxas de cura de mais de 95%;
  • D: não tem cura, mas há tratamentos específicos para o controle de danos hepáticos;
  • E: tem cura, dependendo do estágio da doença no organismo.

Quais são os principais sintomas da hepatite?

Depende. A doença é considerada assintomática: não há manifestações clínicas claras e específicas. Na verdade, é comum que o problema só dê as caras quando já está em fases avançadas.

Além disso, os sinais dependem, de acordo com o tipo. Veja:

  • A: os sintomas variam e aumentam, conforme a idade. Os mais comuns são fadiga, dores musculares e de cabeça, febre, vômitos e enjoos;
  • B: é uma das que mais passa despercebida. É comum que pareça um quadro gripal no início. Mas, caso se torne crônica, pode evoluir para doenças mais graves com sintomas aparentes;
  • C: outra hepatite assintomática, nesse caso, sinais clínicos podem demorar até 30 anos para se manifestarem – geralmente, quando o fígado já está comprometido;
  • D: os mais comuns (embora não frequentes) são tontura, urina escura, pele e os olhos amarelados, cansaço, enjoo e febre;
  • E: os mesmos citados anteriormente.

Tendo em vista a falta de clareza quanto aos sintomas, é vital que pessoas façam testes rápidos ou exames laboratoriais sempre que possível para detectar o vírus precocemente.

Como qualquer doença, quanto mais rápido for diagnosticada, maiores as chances de cura. Caso detectada, procure atendimento médico o mais rápido possível para evitar a evolução da infecção.

Mas, como se pega hepatite?

Confira como cada tipo de doença é transmitida:

Hepatite A

O primeiro tipo geralmente é transmitido via fecal-oral, ou seja: por condições precárias de saneamento (contaminação de água e alimentos) e de higiene pessoal. Além disso, a doença também pode ser passada por contato sexual sem camisinha, oral e anal.

Seu diagnóstico é vital para cura, sobretudo em pacientes adultos e mais velhos. Quanto maior a idade, maior a letalidade da hepatite A.

Hepatite B

A hepatite B é comumente transmitida através de relações sexuais sem camisinha. Mas, outras formas de transmissão são:

  • Transfusão de sangue;
  • Compartilhamento de agulhas ou seringas;
  • Na gestação e parto, de mãe para filho

Se não for tratada, a hepatite pode evoluir para casos de infecção crônica, que persistem por mais de seis meses. O problema é que, quando o vírus permanece no organismo, pode causar insuficiência hepática, cirrose e câncer no fígado.

Hepatite C

A principal forma de transmissão desse tipo é através de uso compartilhado de agulhas, seringas e objetos cortantes não esterilizados ou contato com o sangue de pessoas contaminadas.

Hepatite D

A hepatite D é causada pelo vírus do tipo B. Pacientes infectados tem maior propensão à evolução do caso para cirrose.

Hepatite E

Por fim, esse tipo também é causado por condições de saneamento básico precárias, como água e alimentos infectados. Gestantes são consideradas o grupo de risco da hepatite E.

Tratamentos

Pacientes com hepatites virais precisam procurar acompanhamento médico o mais rápido possível para evitar a progressão da doença, segundo seu tipo.

Para cada hepatite, há um tratamento mais indicado. Veja:

  • A: com uma dieta equilibrada e repouso, o tipo A se cura por conta própria. Nesse caso, pacientes adquirem imunidade contra possíveis novas infecções. O SUS disponibiliza vacinas contra a infecção;
  • B (e D): o SUS também disponibiliza vacina e tratamento para pacientes, com o intuito de controlar e evitar a progressão da enfermidade para doenças mais graves;
  • C: pacientes podem procurar o SUS para tratamento em unidades básicas pelo Brasil;

Como prevenir hepatites virais?

Você pode se prevenir contra hepatites com ações básicas no dia a dia:

  • Mantenha o calendário vacinal atualizado. Nosso sistema de saúde pública oferece vacinas contra hepatites A e B (que também previne a hepatite D);
  • Use preservativos;
  • Evite compartilhar instrumentos cortantes ou perfurantes com outras pessoas;
  • Evite o consumo de água não-potável e sempre lave alimentos antes de consumi-los;
  • Mantenha um estilo de vida saudável, com alimentos saudáveis e naturais, e exercícios físicos.

Como vimos, alguns dos principais tipos de hepatite viral têm cura ou podem ser controlados com auxílio do SUS. Consulte um médico especialista para mais informações.

Previna-se!

Compartilhe:

Receba as novidades no seu e-mail